sábado, 6 de novembro de 2010

São Paulo ou Barcelona?

Quando a gente entra em contato com coisas nem tão glamourosas de uma cidade que não é a sua, você inevitavelmente faz comparações. Como aconteceu comigo aqui ontem. Preciso tirar uma tarjeta de estudiante e simplesmente não consigo. Não consigo informação, o site não funciona, o telefone não funciona, o e-mail voltou.
E obviamente pensei em São Paulo e em como conseguiria fazer tudo indo ao Pompatempo, e como eles se organizam para informar corretamente, como você pode achar tudo pelo site e, apesar de as vezes ter uma fila sem fim, esse sistema funciona bem melhor do que no velho mundo. E nenhuma cidade europeia chega perto do tamanho de São Paulo.

Ter saído de São Paulo me fez bem, apesar de ser completamente louca pela minha cidade. Só que, às vezes, me sentia engolida por ela. Em São Paulo temos que produzir o tempo todo, temos que ser rápidos, temos que ser espertos, temos que ser hype, modernos, descolados e ainda ganhar dinheiro pra poder pagar todos os lugares que todo mundo vai, se não, não existimos socialmente.
E aqui a coisa é completamente diferente. Outro ritmo. A siesta é levada a sério, ninguém te olha na rua com cara de "que roupa é essa?" porque tá todo mundo bem ocupado em passear com o cachorro, andar de bicicleta, ir pro trabalho sem pressa, tomar um café...ah, os cafés! Isso me atraiu muito nesta cidade. Esse jeito de viver. Pena que esse slow motion atrapalha o serviço público desse jeito, de totalmente paralisar o funcionamento.

E São Paulo, apesar de tanta afetação e tanta dureza, eu acredito que um dia será a cidade ideal. Porque algum governador há de ver que não cabem mais carros e que esse modo de viver não é certo. E espero que as pessoas também evoluam para uma coisa menos elitista e intolerante e vejam que não adianta comprar um carro maior para parecer que socialmente está acima de outros. Esse carro funciona tão bem quanto outro mais em conta, que ocupa menos espaço urbano e gasta infinitamente menos.

Se a gente pudesse ao menos olhar pro próprio umbigo e ver o quanto algumas atitudes destroem a cidade e como é importante pensar no outro. E isso leva uma dose de amor. Sim, ame sua cidade. Só assim a gente consegue transformar a dureza, não? Eu acho que conseguimos. Yes, we can!

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