domingo, 21 de novembro de 2010

Depois de uma longa semana...



Uma semana pode parecer um mês. Pois passei essa semana em Lisboa e parece que fiquei um mês sem falar espanhol, voltei gaguejando, hesitando pra retomar as coisas aqui em Barcelona.
E morri de saudades daqui! Impressionante, não? Tão pouco tempo aqui e já tenho afinidades com a cidade. E claro, fiz um monte de comparações entre as duas. O que senti falta de Barcelona foi essa vida que se vive nas ruas, de bicing, caminhando nas praças, todos querem viver a rua, seja mais velho, seja jovem. As construções modernas, o Art Nouveau.
Em Lisboa, os velhos parecem se arrastar mais, aquela imagem da viúva de negro ainda persiste, e, obviamente, a cidade do Fado é muito mais melancólica. As construções, mais antigas.

Mas Lisboa é incrivelmente charmosa e dessa vez quis seguir uma sugestão de uma repórter que ofereceu uma matéria sobre Lisboa e o Bairro Santos para a Dufry World e a reportagem saiu na última edição (a da Julia Roberts).
O que fizemos foi ir até o metrô Baixa-Chiado, aquele em frente ao café A Brasileira, que tem o Fernando Pessoa sentado, e andamos até o Bairro Alto, passamos pela rua da Bica e seguimos as dicas dela até a rua Boavista. Da Boavista, é uma reta até o Largo Santos.

Antes, um parêntesis. O Bairro Santos-o-velho está às margens do Tejo. Muito charmoso, cheio das famosas ruelas de paralelepipedo, bondes e cafés. Só que se vê muito mais moradores de rua, bêbados, gente pedindo dinheiro. Descendo do Bairro Alto, a mudança de cenário é grande. Eu acho que está surgindo uma nova iniciativa dos comerciantes pra restaurar o bairro e trazer mais turistas e fazer de Santos também um bairro boêmio.

Chegando ao Largo, logo se vê uma praça linda e em frente, um calçadão de restaurantes. Me lembrou a Praça Benedito Calixto. Lá, pelo menos 3 restaurantes estavam em construção ou sendo reformados. Um era de fusion food. Ao lado, o Manifesto, do Luís Baena, um chef português que seria pra eles o Claude Troisgros, talvez. E um chamado Porão de Santos que é muito tradicional, está lá desde 1936, e está se adaptando à mudança do bairro, com uma fachada e clima mais modernos.

Fora isso, não encontrei mais coisas em Santos e na verdade, o bairro não te acolhe tanto para te fazer querer ficar mais. De lá, fomos subindo, subindo, sentido Bairro Alto, e passamos por São Bento e Príncipe Real. Aí sim, lugares que eu me encantei. As ruas são lindas, cheias de lojinhas muito interessantes, como a Botânica Lisboa, loja de coisinhas fofas que tem de tudo, até brinquedos, ou a loja do Andy Warhol na Rua da Escola Politécnica. E como é mais no alto, vira e mexe você dá de cara com um pedaço do Tejo, ou do Castelo de São Jorge.

E fomos descendo, descendo, Chiado, Rossio e aí nosso passeio terminou. Tudo a pé, uma caminhada linda e cheia de subidas e descidas. Lisboa é pra se conhecer caminhando e o principal é ir parando nos cafés, nas lojas, nas barracas de castanha e experimentar tudo. Castanha assada é sinônimo de inverno na península ibérica e é uma delícia.

Voltei pra Barcelona feliz pelas descobertas e por voltar. Escutar o catalão e pensar antes de falar já é parte da minha rotina, e é bom ter rotina para nos botar nos eixos, às vezes.

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