domingo, 31 de outubro de 2010

Aulas!

Mais uma semana de aulas e me sinto uma verdadeira estudante. Tinha esquecido de que recebemos uma quantidade doida de informação e bibliografia e hay que leer un montón!

Fora o tanto de referências que os professores te dão. Pra tal coisa, checar isso, pra outra coisa, checar aquilo, ler, assistir, baixar, absolutamente tudo o que está na mídia hoje, do que se fala, do que chama atenção, quem está fazendo o quê, e por aí vai. Afinal, sim, é uma faculdade de comunicação.

Estou pirando, no bom sentido, em ouvir tanta coisa legal e nova e poder usar a minha bagagem de tantos anos no mercado editorial; há muitas novidades, mas também muitas coisas eu só vi e entendi por causa dos lugares que já passei pela vida.

Fora as aulas, aproveitei ontem para ir com as meninas ao Outlet da MNG, onde encontrei coisas pro inverno por 20 euros e uma calça de sarja preta por 10. Fica na Carrer de Girona, no meio do caminho entre Borne e Eixample, e o lugar é enorme, cheio de achados interessantes e cheio de porcaria, como todo outlet. Na próxima volta pelas lojas mais em conta, iremos procurar um galpão com Nikes por 15, 30 euros, que fica perto do Paseo de Gracia. Adoro descontos! Já tô me preparando pras grandes rebajas de inverno também, que deve acontecer depois do Natal.

Das lojas, paramos na casa da Tati onde todo mundo se reúne e de lá fomos dar um passeio pelos bares do Borne (sempre) e do bairro Gótico. Conhecemos bares novos e interessantes, acho que em pouco tempos nos especializamos nos bares de rua!

O horário de verão acabou e veio a chuvinha, pra esfriar de vez e nos fazer ficar de pantufas e mantinhas em casa, pesquisando o site do IKEA pra comprar mais edredon e mais manta!

Amanhã, como é feriado aqui também, estamos planejando de juntar um grupinho e passear por Girona, uma cidade aqui pertinho que temos que ir de trem. As linhas de trens aqui, além de eficientes, são bem charmosas!

Fora isso, dedico o resto do domingo pra esperar o resultado da votação e saber quem será o próximo presidente do Brasil...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Comendo em Barcelona


Desde que cheguei à Europa a minha procura constante é alimentação. Porque me alimento de forma diferente desde abril, quando descobri que tenho doença celíaca.

De cara isso é uma chatice sem fim. Não posso mais ir às pizzadas nas casas das pessoas, a massa de domingo tem que ser sem glúten e o Brasil está muito pouco preparado pra isso. As coisas lá são caras e, apesar de todo rótulo dizer se as coisas contêm ou não glúten você não acha em supermercados gôndolas de produtos especialmente feitos sem.

Mas aqui a coisa é bem diferente. Eu achei que ia sofrer mais, porque a cultura catalã/espanhola leva muito pão, o pão com tomate é uma instituição, e muita coisa é empanada em farinha, - tirando as patatas bravas, outro prato-símbolo, que posso comer sem problemas porque leva batata frita e um molho com maionese e catchup picante. Porém, sem ter que comer na rua, quase todo supermercado tem uma seção especial para coisas sem glúten. E a variedade é incrível. Todos os tipos de pães existem lá: baguetes, pão de hamburger, pão de hot dog, bolinhos, biscoitos, torradas, macarrão e.... a cerveja! A mais conhecida e sem glúten é da marca Estrella Damm, uma das mais populares da Espanha. E, enquanto no Brasil a long neck sai por 14 reais, aqui ela sai por 80 centavos de euro.
Além disso, em todas as embalagens, por mais que não seja lei aqui informar, há informações sobre como o alimento é feito e se contem traço de algum componente que causa intolerância. Então, eles avisam se há traços de leite, nozes, trigo ou qualquer outro alergênico.

Me sinto infinitamente menos E.T., apesar de, entre amigos, as pessoas ainda se espantarem. Mas aqui, muito mais gente sabe o que é ser celíaco e todo mundo se esforça pra entender e ajudar.

Do jeito que as coisas vão, de conscientização e tudo, acho que em bem pouco tempo realizo o sonho de comer no Mc. Donald´s um lanche com pão sem glúten!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pelos cafés

Uma coisa que me surpreendeu em Barcelona foi a quantidade de cafés que tem pela cidade. Casa de chás, cafés pequenos que servem refeição, vendinhas orgânicas que também são charmosos cafés, Starbucks da vida, enfim, uma infinidade de opções pra tomar umas xícaras. A cadeia americana então, nem se fala. Além de ter várias espalhadas pela cidade, é a que mais lota.
Mas por que será que as pessoas preferem pagar 3 euros no Starbucks se em cafés locais elas podem pagar 1,50?

Claro que a bodeguita do catalão não serve um copo de café com chantilly transbordando e essa apresentação do Starbucks vale mais. Mas acho que tem aquela coisa de não querer arriscar muito. Se posso tomar o mesmo café que tomo lá perto de casa no meus país natal, ou comer o mesmo lanche da grande cadeia de fastfood, ou vestir as roupas da mesma loja que tem lá no shopping da Pompeia, me sinto mais a vontade. Né?

Não sei. Tô gostando de me arriscar pelas casas de chá dos chineses, fuçar a vendinha orgânica e experimentar o café deles, comer patatas bravas em bodeguitas, paella em tasca (mesmo de forma mal sucedida) e entrar em outlets genéricos pra ver de que outras formas posso me relacionar com a cidade. Mas claro, não estou deixando de ir à Zara, nem à MNG, não vou parar de tomar coca-cola nem Chai Latte, mas tento não passar por mais uma turista preguiçosa.

Hoje, de cara, uma atendente do Starbucks veio falar comigo em inglês e me lembrei exatamente porquê não devo deixar de ir aos lugares mais locais e tradicionais. Fingi que não sabia inglês e pedi pra ela falar em espanhol. Aqui, tenho que encarar esses desafios.

 Que venham as tiazinhas carrancudas da bodeguita do Pepe falar comigo em catalão!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Finais de semana em Barcelona

Os finais de semana aqui em Barcelona têm sido uma delícia, porque é quando a gente consegue se reunir com as pessoas que trabalham muito durante a semana e também é a chance de curtir os parques, praia, rua, com o clima relaxado.

No sábado fiz a unha, fui ao super, e logo desci pro Born para a casa da Tati. Lá eles iam fazer sushi e chamaram uns amigos. De repente a noite estava ótima, com um monte de brasileiro, argentino, italiana, uruguaia, todos falando de tudo, todos se entendendo e quando vimos, todos fazendo sushi, numa mescla de workshop e linha de montagem. Saímos da Tati só as 4 da manhã e ontem, não tinha como, acordei tarde e meio atropelada.

Mas estou em Barcelona e como uma cidade de praia em qualquer canto, se está sol, é só descer pra rua e tudo te sorri, o céu estava lindo, o vento abafado e fui para o parque da Ciutadella encontrar a Tati com a família. A fonte de lá estava linda, o sol iluminava tudo, cachorros felizes, patos felizes, todo mundo curtindo.

De lá, passamos em um mercado de pulgas que expunha artesanato lá no Born mesmo, no convento de San Agosti, com DJs colocando um som e crianças correndo. Uma coisa meio Mundo Mix familiar.

No final, voltei pra casa com sensação de ter feito tanta coisa bacana sem ter feito muito esforço e acho que é esse clima daqui, onde as pessoas saem de casa para simplesmente curtir o dia.                 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Primeiro dia de aula ou Desconfiança ou A Catalunha

Qualquer um dos títulos acima poderia ser o título deste post porque quero falar das três coisas.
No site da faculdade, aparece que as aulas podem ser feitas em qualquer língua que o professor desejar. E meu medo não era espanhol, nem francês, nem inglês, era o catalão. Num primeiro momento eu ouvi e achei engraçada, parece um monte de gente brincando de se comunicar, como a gente fazia com a língua do P quando criança. Aí eles dão umas torcidas na língua e depois parecem falar espanhol mesmo. Bom, nem é pra entrar no mérito de validade da língua e cultura, acho que eles têm lá as razões deles e sei que mais dia, menos dia, estarei gritando Visca Barça, Catalunya lliure! (Viva o Barça, Catalunha livre).
Mas acho curioso isso, de o professor chegar um dia e achar que a maioria dos alunos é catalã e quer falar com eles em catalão.
Pois isso não aconteceu hoje, graças. Eramos mais ou menos 15 e 4 eram sulamericanos. Um peruano incrível, hilário e bem vestido e.... 3 brasileiras. Claro.
Eu amei a aula, toda em espanhol. Me senti verdadeiramente no meu lugar, onde realmente me identifiquei com o assunto e era isso mesmo o que eu queria fazer. Daí chegou o intervalinho e eu doida pra conversar com as brasileiras. Uma, eu sabia que era conhecida de uma amiga minha aqui de Barcelona. E, quando o professor liberou a classe, nenhuma olhou pra trás pra me ver, nem se olharam entre elas. Não rolou aquele olhar de: ei brasuca!, aquela cumplicidade de compatriota. Só rolou do peruano uma vontade de sair conversando com todo mundo e querer saber mais da gente.
Foi aí que me ocorreu: será que somos blasé ou somos naturalmente desconfiados de outros brasileiros?

Desci e fui puxar assunto à força e vi que se eu não fosse lá de repente elas não viriam. Talvez por quererem falar só em espanhol, naquelas loucuras de "não vou ficar falando português já que tenho que aprender a língua". Bom, rolou o papo superficial e tudo bem. Acho que deveria, (será?), também me esforçar em ficar mais próxima dos catalães para aprender melhor o castelhano e o catalão também.

Mas sinto que existe uma coisa que nós brasileiros temos de nos olharmos de fora e achar que sempre tem algum enrolador, espertinho, chato ou safado. Será mesmo?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

As decisões mais difíceis

Desde que cheguei à Barcelona, tenho tentado ouvir histórias de pessoas que, como eu, decidiram jogar as coisas pro alto e tirar um tempo fora.
E me surpreendo em cada uma delas. Eu me acho tão corajosa, mas tem gente que realmente mudou a vida drasticamente para viver uma experiência diferente na Europa. Pessoas que largaram casamentos e vida em família para uma oportunidade de trabalho. Empregos sólidos em escritórios de advocacia para ser chef de cozinha.
E correram todos atrás de um sonho. Mas o que será que a gente procura tanto? O que será que falta aqui dentro que faz a procura ser contínua?

Amanhã começam minhas aulas da pós e começo a ser estudante de novo, somente estudante, o que não faço desde o século passado. Para botar novas ideias na cabeça, que esvaziei todos essas 2 semanas e meia longe de SP e que vinha limpando desde minha decisão de me mudar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A vida em Barcelona

Viver fora te faz ver as coisas mais atentamente, isso é regra geral.
Pois hoje estava subindo a Sardenya desde lá debaixo, da Gran Via, e decidi tomar um café no primeiro lugar que eu encontrasse. E parei numa casa de chá chinesa, que se chama mais ou menos Té Quiero. E foi surpreendente, tava tocando uma música gostosa, as cadeiras eram de balanço e a chinesa que atende era a mais sorridente possível.
E continuei subindo a Sardenya, e parei em um ateliê antes de chegar à Sagrada Família. Tinham bolsas e bijuterias artesanais, e entrando, vi que tinham aulas de crochê, tricô e corte e costura. E pronto, já sentei, conversei com a professora e combinamos de começar na semana que vem.

Amanhã, vou ver uma academia aqui na esquina... na Sardenya, claro!
Mudo pra Barcelona e vou viver na Sardenha!