quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Córsega




Quando cheguei a Barcelona, vim para uma casa onde uma amiga já morava. Ela ia se mudar pra casa do namorado e ia deixar seu quartinho pra mim. Quartinho mesmo, ele deve ter 3x1,70. Mas, muito aconchegante. Difícil é receber visita, não rola colocar um "colchonetezinho" no chão, porque simplesmente não sobra muito chão livre!
De qualquer maneira, esse é o quartinho da Córsega. Chamamos assim o apê. Córsega é a rua que moramos, onde a zona é toda cheia de nomes como Sardenha, Sicilia, Nápoles, Provença, pertinho da igreja da Sagrada Familia, no bairro do Eixample (que eu amo amo amo e apesar de longe do centro, vale a pena morar!).
Meus companheiros de piso (apê daqui) são Diego, Loli e Cati. Todos argentinos, todos portenhos. O Loli e Diego são amigos de infância e a Cati veio por indicação de um amigo do Diego. Talvez por essa coisa toda de indicação, amigos de amigos e tal, parece que somos uma família e que nos conhecemos há anos. Eu acho que tem o fator identificação, por sermos sulamericanos, vizinhos, hermanos, passamos férias um no país do outro, essas coisas todas. Mas também tem o fator carência: tamos todos longe de casa e sem a família, por que não criar um núcleo familiar entre amigos?

Obviamente é muito dificil morar com outras pessoas e já disse isso aqui. Eu, por exemplo, vivi absolutamente sozinha por 8 anos, usando o banheiro na hora que bem entendesse e deixando a cozinha um caos pra faxineira fazer mágica no dia seguinte. Chegar e viver com dois meninos, uma menina e sem faxineira foi, mmmmm, duro (pra ser educada e não falar palavrão nesse horário). Mas... tem momentos que compensam muito, como o de ontem: chegar de saco cheio da faculdade por causa da entrega de um trabalho que tava péssimo e ver todos aqui, sentados na sala e interessados no que eu tinha pra contar e principalmente, interessados em ajudar.

É o que diz o ditado, conte suas bençãos. Não adianta a gente só olhar pro pior de cada situação. Eu estava nessa toada e isso me consumia, não queria mais viver com ninguém, estava pronta pra virar eremita no alto da montanha. Mas tenho certeza absoluta que a experiência Córsega me acrescenta mais a cada dia, tá me fazendo uma pessoa melhor porque aprendo coisas novas o tempo todo. Aprendo sobre mim, sobre morar com alguém, sobre dividir, sobre formar família.

Ah, o link lá de cima é um videozinho sobre a nossa casa Córsega, feito pela Cati de Feo, que é uma superfotógrafa.

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